• Você sabia que a Unespar tem um projeto de extensão que ajuda agricultores a melhorar a produção e encontrar mercado com melhores preços de venda?
Geral, Extensão
O projeto, denominado “Levantamento da demanda e viabilização de produção e entrega programada de produtos originados da agricultura familiar, especialmente orgânicos oriundos de acampamentos e assentamentos de produtores/as rurais na região da Comcam”, teve início em abril de 2022. Na coordenação está o docente Sérgio Luiz Maybuk, do colegiado de Ciências Econômicas do campus de Campo Mourão, da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), além dos/as docentes Aline de Queiroz A. Andreotti Pancera, Bruno Reinoso Hybner e os/as estudantes Ana Ofélia Ferreira de Souza, Lucas Alexandre de Lima e Vanessa Gomes Sobrinho, dos cursos de Ciências Econômicas, História e Pedagogia.
A ideia nasceu depois de uma reunião entre o professor Sérgio, enquanto chefe da Divisão de Extensão e Cultura, do campus, e um grupo de agricultores de acampamentos e assentamentos rurais que faz parte da Cooperivaí (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), além do engenheiro agrônomo e mestre em Agroecologia, Edevilson Santos, que os auxiliava. O grupo pedia ajuda da Unespar para melhorar a produção e especialmente encontrar mercado que oferecesse preços melhores.
Segundo Sérgio, “a princípio, a ajuda da Universidade, solicitada pelos agricultores, era para resolver questões econômicas, porém, surgiram outras ideias que já estão em andamento e envolveram professores de Letras e Pedagogia, professores da rede estadual e APP Sindicato”.
Considerando o cenário que o coordenador já conhecia, quanto à realidade dos agricultores, devido ao seu envolvimento com a Cooperativa de Pequenos Produtores Familiares de Campo Mourão e as visitas, in loco, em pequenas propriedades rurais, acampamentos e assentamentos, foi possível pontuar vários problemas. Entre eles, cita o coordenador: “A renda baixa ao se vender produtos para supermercados, que praticamente ditam o preço; necessidade de melhorar a renda nos programas de vendas ao Poder Público, em relação às merendas escolares; capacidade de aumentar a produção, se fosse identificada a demanda e, infelizmente, a perda e estragos de produtos, por não haver um sistema de distribuição mais rápido e com menos custos.”
Aproximadamente 500 produtores podem se beneficiar com o projeto, oriundos de acampamentos, assentamentos, cooperativas e propriedades privadas tradicionais de agricultura familiar. De acordo com o professor, “são todos pequenos, típicos da economia familiar, com uso intensivo de mão de obra, essencialmente da microrregião de Campo Mourão e dos municípios de Campo Mourão, Peabiru e Quinta do Sol.”
Quanto aos produtos da agricultura familiar, os resultados dos levantamentos do projeto permitiram identificar a demanda potencial, especialmente na produção orgânica. Desse modo, “o principal determinante do consumo está em sua produção, com menos agrotóxicos, conservantes e fertilizantes. Por outro lado, verificou-se dificuldades na aquisição desses produtos, por parte dos consumidores finais, sinalizando a necessidade de ações que possam facilitar esse acesso”, esclarece o coordenador.
Entre os produtos trabalhados pelos agricultores, por ordem de preferência, estão frutas, legumes, verduras, proteínas animais, cereais, produtos artesanais, industriais e semi-industriais, ervas medicinais, bucha orgânica, plantas ornamentais, flores e planta vassoura, etc.
Na opinião de Sérgio, “o projeto não é somente para orgânicos, mas é especialmente aos orgânicos, que fundamentalmente são necessários e devem chegar a todos e todas consumidores/as, com preços mais acessíveis, justamente porque são praticamente livres de agrotóxicos. Ao contrário dos produtos tradicionais, que prejudicam o meio ambiente e a saúde dos consumidores, causando vários tipos de doenças, incluindo o câncer”.
A partir dos resultados tabulados, completa o docente, o grupo envolvido com o projeto discutiu a ideia de criar a entrega programada de cestas, com produtos variados, diretamente aos domicílios. O pedido se daria via solicitação e pagamentos antecipados na semana e, após organização dos produtores, ocorreria a entrega nos finais de semana. “Os preços de venda seriam inferiores aos vendidos nos supermercados, para ser um diferencial e favorecer os consumidores, e ao mesmo tempo, seriam preços superiores aos que os produtores receberiam se vendessem aos supermercados, na lógica de eliminar um grande atravessador’, explica.
Como resultados a serem alcançados, via projeto, estão, além de artigos e dados científicos já levantados, a futura criação de uma cooperativa específica, organizada pela Unespar, e um trabalho de melhoria da produção, produtividade e qualidade sanitária junto às propriedades rurais de acampados e assentados, também organizado pela Universidade e executado por profissionais da área.
Quem quiser fazer parte do projeto, pode entrar em contato com o coordenador pelo email sergio.maybuk@unespar.edu.br.