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II Ciclo de Estudos em Filosofia: Análise crítica da sociedade capitalista contemporânea: problemas, impasses e perspectivas

APRESENTAÇÃO

O II CICLO DE ESTUDOS EM FILOSOFIA: análise crítica da sociedade capitalista contemporânea – problemas, impasses e perspectivas pretende analisar os problemas filosóficos que decorrem do atual desenvolvimento da sociedade capitalista. Em seu desenvolvimento histórico, o capitalismo é caracterizado pela predominância dos interesses econômicos (privados) sobre os interesses sociais (públicos). Se o capitalismo sofreu ao longo do tempo mudanças em seu sistema produtivo, sua lógica de reprodução, continua, porém, a mesma. Ou seja, a exploração da classe trabalhadora assumiu novas formas com o progresso científico-tecnológico. O capitalismo determina não só um modo de produção, mas as relações sociais de produção. A riqueza é produzida pela classe trabalhadora, mas é apropriada (e acumulada) pelos capitalistas, causando desigualdade sociais. Neste sentido, a busca desenfreada pelo lucro subordinou a política à economia, o Estado ao mercado. Na nova configuração histórica do capitalismo, a esfera privada invadiu a esfera pública. Comandado pelas forças do mercado, o capitalismo instaurou uma nova forma de sociabilidade – marcada pelo individualismo possessivo e pelo interesse econômico. Assim, a subordinação da política à economia traduz o caráter abstrato/formal dos direitos políticos e civis dos cidadãos. O suposto triunfo do capitalismo parece sinalizar para a ausência de oposição e de resistência crítica. A tendência em incorporar os avanços técnico-científicos, torna o sistema econômico capitalismo mais eficiente, produzindo para além das necessidades. Neste sentido, a crise do capitalismo é estrutural, porque diz respeito à eficiência da base ou estrutura produtiva – isto é, da superprodução que decorre da capacidade técnico-científica do sistema produtivo. Porém, a crise de superprodução afeta retroativamente o sistema à medida que provoca uma baixa tendencial na taxa de lucro – ameaçando a sobrevivência do próprio sistema. Hegemônico em sua fase atual, o capitalismo deixa transparecer a crise estrutural de que é vítima. Ao incorporar os avanços da ciência e da tecnologia, o capitalismo aprofunda os problemas sociais, dado que a mecanização, a automação e a informatização dos processos produtivos geram desemprego em massa e a redefinição do papel do Estado na economia e na sociedade. As políticas neoliberais que restringem pela privatização o acesso dos cidadãos aos serviços públicos constituem uma falsa resposta aos problemas estruturais do sistema capitalista. Sendo assim, o Estado passa a ser o fiador dos interesses econômicos. Ao invés de investir os recursos dos tributos na promoção da atividade econômica (geração de empregos) e na melhoria dos serviços públicos (saúde, educação, segurança e saneamento), o Estado passa a transferir seu patrimônio e capital financeiro para as mãos do sistema financeiro – que impõe perversamente sua lógica de exploração aos cidadãos. O II Ciclo de Estudos em Filosofia pretende analisar e compreender a lógica de funcionamento da sociedade capitalista – seus mecanismos econômicos e ideológicos de reprodução. Em Marx buscamos extrair elementos teóricos que nos permitam empreender uma crítica radical à lógica de produção e reprodução do sistema econômico capitalista. Nos teóricos da Escola de Frankfurt busca-se uma abordagem crítica do papel ideológico (alienante) da cultura, da ciência e da técnica. Nos conceitos de indústria cultural e de racionalidade instrumental encontramos instrumentos teóricos para compreender o fenômeno da alienação, assim como resistir às novas formas de manipulação e de opressão das consciências. Em Baudrillard é possível encontrar uma crítica aos Meios de Comunicação Social (mass media) – que simulam todos os processos sociais (a política, a cidadania, a democracia etc.). As tecnologias digitais constituem, neste sentido, mais um instrumento ideológico a serviço do capital – porque já não descrevem nem informam, mas simulam a realidade política e social. A mercantilização da ciência e da técnica elevou o lucro (o interesse econômico privado) como valor supremo. O desaparecimento do sujeito traz consigo a impossibilidade da crítica – a manipulação e a massificação dos indivíduos humanos, convertidos agora em consumidores e reprodutores da lógica de acumulação do sistema capitalista que tudo converte em mercadoria. Assim, se nossa época pode ser caracterizada pela morte ou liquidação do sujeito e pela inversão de valores, por outro lado, vê-se a necessidade da afirmação do ser humano enquanto sujeito de seu pensamento e de suas escolhas e ações. Portanto, resistir contra esse processo de dominação das consciências é a mais urgente tarefa da filosofia de nosso tempo. Em que pese, portanto, a diferença entre modernidade e contemporaneidade (ou pós-modernidade), o fato é que a constituição da subjetividade e o exercício da liberdade só são possíveis em uma sociedade de homens livres e iguais. Compreender, analisar e discutir os problemas e os impasses da sociedade capitalista atual, constitui o propósito central do II Ciclo de Estudos em Filosofia.

Objetivo geral

Compreender os pressupostos teóricos e ideológicos que orientam e determinam o desenvolvimento da sociedade capitalista, assim como seu estágio atual.

Objetivos específicos:

a)    Analisar as determinantes sociais, políticas, econômicas e ideológicas do atual estágio de desenvolvimento técnico-científico da sociedade capitalista, a fim de compreender os problemas filosóficos que dele decorrem;

b)   Discutir e problematizar a cooptação da ciência e da técnica pelo sistema econômico capitalista – a transformação da ciência e da técnica em meio de produção, assim como a sua mercantilização, a fim de compreender seus limites, contradições e possibilidades;

c)  Compreender por que o progresso técnico-científico não é neutro, mas orientado por princípios e valores epistêmicos, a fim de identificar os interesses que subjazem o fazer científico na sociedade capitalista;

d)  Problematizar a concepção de sociedade do desempenho fundada sobre a ideologia da meritocracia e do empreendedorismo, a fim de se compreender os novos mecanismos ideológicos de dominação da sociedade capitalista sobre os trabalhadores.

 PUBLICO ALVO

 

O Curso de extensão destina-se a alunos e professores da Unespar – Paranavaí, bem como à comunidade externa de um modo geral e aos alunos e professores do Ensino Médio sob a abrangência do Núcleo Regional de Educação de Paranavaí e de outras regiões do estado do Paraná.

 PROGRAMAÇÃO

1. Dia 2/10/2021 – Sábado (das 8:00hs às 10:00 hs)

    A crise estrutural/conjuntural do capitalismo contemporâneo: a atualidade de Marx

2. Dia 23/10/2021 – Sábado (das 8:00hs às 10:00 hs)

    A supremacia da racionalidade instrumental e o declínio do pensamento crítico: a atualidade de Adorno, Horkheimer e Marcuse

3. Dia  13/11/2021 – Sábado (das 8:00hs às 10:00 hs)

Sociedade de consumo, mídia e novas tecnologias: a crítica de Baudrillard

4. Dia 27/11/2021 – Sábado (das 8:00hs às 10:00 hs)

Byung-Chul Han e a sociedade do desempenho: uma abordagem crítica

Ministrante: Dr. Claudinei Luiz Chitolina – Unespar

Modalidade de realização: Plataforma G-Suíte (Google Meet) – modalidade on line.( O link será informado via e-mail aos participantes).

INSCRIÇÃO

Inscrições gratuitas (INSCRIÇÕES ENCERRADAS)

Período de inscrição: 14/09/2021 a 29/09/2021

Certificado de 8hs