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PROJETOS DE PESQUISA

AREIA BRANCA DO TUCUM - História e memória da luta pela terra na colonização de Marilena e de São Pedro do Paraná, Extremo Noroeste do Paraná (1949-1965)

Resumo: A colonização oficial da gleba Areia Branca do Tucum teve início em 1944 com a titulação das terras da Colônia Paranavaí pelo governo do Paraná. A rigor, essa Colônia havia sido criada pelo interventor Manoel Ribas em 1942. Sua instalação oficial fez parte da política federal de colonização do Estado Novo de Getúlio Vargas (1937-1945), destinada ao processo de “ocupação” das áreas de fronteiras agrícolas do país, denominada “Marcha para Oeste”. A partir de 1944 o interventor iniciou o processo de concessão das terras devolutas da Colônia Paranavaí e a legalização das posses anteriormente estabelecidas. A história de Marilena e de São Pedro do Paraná se insere nesse contexto a partir da colonização de uma área de 23.000 alqueires da gleba Areia Branca do Tucum, dentro da Colônia Paranavaí, colonização essa realizada pelas companhias Terras e Colonização Paranapanema Ltda. e Colonizadora Marilena Ltda. que se deu entre os anos de 1949 e de 1965. Entre 1959 e 1962 também teve participação na colonização da gleba a empresa Colonizadora Agroindustrial Incopan Ltda. de Raphael Verissimo Azambuja, mas foi interrompida em 1962 por conta de seu assassinato numa disputa por terras. Durante o processo de colonização das companhias mencionadas acima foram surgindo grileiros que se diziam donos das terras, os quais foram se colocando entre os colonizadores e os colonos causando muitos conflitos entre eles. A partir de 1965, por meio de intervenção judicial, o Estado do Paraná começou a legalizar a propriedade da terra na região amenizando o conflito existente. Com base em fontes documentais e orais será analisada essa disputa por terras na Areia Branca do Tucum no período de sua colonização entre 1949 a 1965, além de outras questões relativas a este objeto de estudo que poderão surgir no decorrer da pesquisa.

Responsável: Prof. Dr. Maurílio Rompatto


Teoria da História, Historiografia e Marxismo em Eric Hobsbawm

Resumo: O projeto de pesquisa visa desenvolver uma investigação sobre o rigor teórico-metodológico utilizado por Eric Hobsbawm (1917-2012) em sua narrativa historiográfica a partir de categorias analíticas marxianas/marxistas. O estudo se circunscreve no âmbito dos estudos sobre teoria da história e história da historiografia, e tem como escopo as contribuições do historiador “britânico” para a historiografia marxista ou para o marxismo de forma geral, sobretudo ao afirmar como imprescindível para a compreensão da história categorias como: revolução, transformação social, consciência, contradição, basesuperestrutura, luta de classes, entre outras. Como se trata de uma pesquisa teórica, de caráter bibliográfico, a metodologia centrar-se-á no diálogo que se fará com a obra de Eric Hobsbawm a partir da intersecção de estudos sobre teoria da história e estudos de conceitos próprios da teoria marxista. A partir disto, pretende-se demonstrar como em Hobsbawm o exercício do historiador é decorrente dos combates pela história no presente.

Responsável: Prof. Dr. Marcos R. Pirateli


Descartes e a demonstração de impossibilidade da reprodução artificial da inteligência

Resumo: A pesquisa em curso visa compreender as razões pelas quais Descartes pretende demonstrar que a inteligência é insuscetível de reprodução artificial, o que implica admitir de antemão, a existência de limites intrínsecos e insuperáveis para a o progresso tecno-científico. No entender de Descartes, o ser humano é constituído de duas substâncias diferentes: a alma (de natureza espiritual, cuja propriedade é pensar) e o corpo (de natureza material, cuja propriedade é ser extenso). Por conseguinte, a razão (o intelecto ou a inteligência) é uma faculdade ou prerrogativa humana, uma vez que somente os homens possuem mente (alma ou espírito). Ora, é por meio da ciência que o homem estende seu domínio sobre todas as coisas que são dadas a conhecer, tanto em relação à conduta de nossa vida, quanto em relação à conservação da saúde e a invenção de todas as artes. Porém, a razão é intrinsecamente limitada em sua capacidade de conhecer e de inventar , dado que toda invenção técnica é fruto de novo arranjo da matéria que se move mecanicamente (deterministicamente), i.e., segundo as leis invariáveis da mecânica. Por isso, toda invenção técnica encontra seu limite na natureza mecânica da própria matéria, que embora passível de indefinidos modos de existência, é desprovida de mente (alma ou espírito). Resulta, portanto, impossível do ponto de vista cartesiano, a reprodução técnica ou artificial da  inteligência. Contudo, em face do caráter promissor dos novos inventos da revolução tecnológica em curso, o interdito cartesiano soa anacrônico e ultrapassado, uma vez que a expressão IA (Inteligência Artificial) se refere à possibilidade técnico-científico de fabricação artificial da inteligência (construção de dispositivos inteligentes, como, p.ex., robôs humanoides ou máquinas pensantes), ao passo que em termos cartesianos, tal projeto limita- se à construção de simulacros (e de simulações) da inteligência humana. Neste sentido, a tentativa técnico-científica de implantar a inteligência em máquinas (artefatos técnicos) encontra em Descartes um obstáculo teórico-filosófico insuperável.

Responsável: Prof. Dr. Claudinei Luiz Chitolina


“OS REFORMISTAS NA OFICINA DA CASA LITERÁRIA DO ARCO DO ARCO DO CEGO – “SEM LIVROS NÃO HÁ INSTRUÇÃO”

Resumo: Em Portugal o debate iluminista ganhou importância dentro dos conceitos propagados pelo nascimento da Filosofia Natural e a nascente Ciência Moderna. Atentando aos temas da natureza colonial para a agricultura, Portugal reformado, produziu um rico acervo memorialístico criando a Oficina Tipográfica, Calcográfica e Literária Arco do Cego ou Casa Literária do Arco do Cego (1799 a 1801) sob o lema “sem livros não há instrução”. Para esta pesquisa analisaremos a Fonte Documental impressa cujo empreendimento reuniu escritos com preocupação em “melhorar” a economia rural do Brasil. Apoiados em análise historiográfica do período colonial objetivamos promover e divulgar o papel da agricultura na construção de enriquecimentos e divulgação de saberes dos recursos naturais em final do século XVIII. Neste sentido, o cuidado para com as fontes documentais produzidas continua como proposta de pesquisa que objetiva dar ampla possibilidades para as experiências educativas e escolares fundamentando-as em uma dilatada temporalidade, em cuja especificidade, no seu conjunto, temos a leitura de uma trajetória descontínua para a História da Educação, nem sempre vanguardista. Independentemente do ensino institucionalizado ou formal a educação está presente em todas as sociedades sendo necessário o entendimento da educação como um amplo processo. Palavras-chave: Iluminismo Português; agricultura Colonial; Oficina Tipográfica no Século XVIII; Ensino de História.

Responsável: Profa. Dra. Eulália Maria Aparecida de Moraes


PROJETO DE ENSINO

A Metodologia da Pesquisa em História Oral

Resumo: Este projeto propõe o ensino da metodologia da pesquisa em história oral voltado para as reflexões da história do Noroeste do Paraná. Normalmente, o olhar da historiografia sobre o Paraná fica restrito ao litoral e à região Sul por onde começou o processo de formação das comunidades paranaenses mais tradicionais, o que limita a compreensão de sua história. A partir da década de 1920, quando o governo e as companhias de terras decidiram “povoar” as regiões interioranas do Estado, as mesmas já eram ocupadas por populações indígenas e caboclas resultando em muitos conflitos pela posse da terra, porém, essas disputas não são abordadas pela história  oficial. Por outro lado, as cidades paranaenses que surgiram dessa colonização são jovens e não possuem arquivos públicos para disponibilizar a documentação existente; assim, a história oral se torna uma das poucas fontes disponíveis para seu estudo.


PROJETO DE EXTENSÃO

O ensino de História nos níveis fundamental e médio na Região Noroeste do Paraná durante a Pandemia de Covid-19 – 2020/2021: Relatos de Experiência Docente

Responsável: Prof. Dr. José Augusto Alves Netto


De menina à mulher: as questões femininas através de intervenções nas escolas públicas de Paranavaí (Bolsista PIBIS)

Resumo: Os conflitos advindos da puberdade feminina são parte do desenvolvimento humano e comumente são negligenciados pela família, pela escola e pela sociedade em geral. O projeto ora apresentado propõe realizar encontros presenciais com meninas púberes e adolescentes para tratar abertamente de temas tabus tais como menstruação, sistema reprodutor, identidade de gênero, sexualidade entre outros assuntos afins. Objetiva-se elaborar um roteiro de dinâmicas, atividades e estratégias de intervenção que serão elaboradas em um primeiro momento e executadas posteriormente. Tais encontros serão oferecidos às escolas como atividades destinadas exclusivamente ao público feminino, alunas na faixa etária dos 12 aos 18 anos (7º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio) e ocorrerão no contra turno escolar. Pretende-se identificar as alunas mais vulneráveis no que tange à chamada pobreza menstrual, bem como as que porventura estejam sofrendo abuso sexual e ainda as que já iniciaram a vida sexual no sentido de realizar orientações preventivas, seja encaminhando-as para a realização de exames ligados às IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis), seja estimulando o uso de métodos anticonceptivos. Não menos importante será a promoção do empoderamento feminino por meio da disseminação do conhecimento elaborado no âmbito da Universidade para o público feminino escolar.

Responsável: Profa. Dra. Isabela Candeloro Campoi